top of page
  • Foto do escritorOs Puritanos

O Movimento Carismático: Uma Crítica Bíblica » Brian Schwertley (2/3)


Crer em Jesus não é suficiente?

Os carismáticos ensinam que crer em Jesus Cristo não é o bastante para a vida cristã plena. Eles crêem que uma segunda obra da graça (o batismo no Espírito Santo) é necessária para a plenitude espiritual. Esse ensino é uma negação sutil da suficiência que temos em Cristo; ele retira a glória devida a Jesus Cristo e claramente contradiz o ensino de Paulo sobre a plenitude que temos em Cristo. “... porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Cl 2:9,10). “A obra do Espírito não é um adendum à obra de Cristo.... A obra do Espírito não é um ‘bônus’ adicionado à salvação básica assegurada por Cristo. Pelo contrário, o Espírito traz à luz não só que Cristo viveu e que fez certas coisas, mas também que Ele, como a fonte da vida no futuro, vive e opera ainda hoje na igreja. Por meio e no Espírito, Cristo revela que está presente”11. O ensino de Paulo é apoiado por Pedro: “ ... pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo dAquele que nos chamou ...” (2 Pe 1:3). Os dois apóstolos afirmam que recebemos tudo aquilo que precisamos quando cremos em Cristo. Se uma segunda obra da graça fosse necessária além de Cristo, essas passagens simplesmente não poderiam ser verdadeiras. Portanto, você precisa decidir se segue o ensino da Palavra de Deus ou o ensino do pentecostalismo.

Por que Jesus Cristo é suficiente? Por que isso de, nas epístolas, receber o batismo no Espírito Santo nunca é separado do crer em Cristo? Por que é errado pensar que o batismo do Espírito é algo acrescentado à obra de Cristo? Porque os cristãos estão justificados em Jesus Cristo. Toda a culpa do pecado que cada crente cometeu é imputada ou colocada sobre Jesus Cristo na cruz. E a justiça perfeita de Cristo é imputada ao crente. O crente é vestido com a vida, perfeita e sem pecado, de Cristo. Assim sendo, fazemos a seguinte pergunta: o veredicto de Deus sobre o pecador caído o qualifica para receber o batismo no Espírito Santo? Certamente que sim! A pessoa que crê em Jesus Cristo recebe a perfeita justiça de Cristo como um dom gratuito de Deus. Aos olhos de Deus ele é tão justo quanto Jesus Cristo. É Jesus Cristo justo o suficiente para receber o batismo no Espírito Santo? Se a obra de Cristo, que confere ao cristão uma justiça perfeita, sem pecado e absolutamente justa (diante de Deus, o Pai, judicialmente no tribunal celestial) não é suficiente, então o que mais é necessário? Paulo diz: “...tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa”(Ef 1:13). Pergunta ele: “Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?” (Gl 3:2).

A doutrina do batismo do Espírito como uma segunda obra da graça subseqüente à salvação não tem sustentação bíblica. O único derramamento do Espírito Santo, enviado por Cristo dos céus, foi um dos aspectos da glorificação de Cristo e, como a ressurreição e a ascensão, não se repetirá novamente. As epístolas do Novo Testamento ensinam que crer em Cristo, tornar-se parte do Seu corpo, a igreja, e receber o batismo do Espírito, tudo ocorre ao mesmo tempo. Há vários trechos que falam do ministério do Espírito Santo nas epístolas, no entanto, em cada um deles, o batismo do Espírito nunca é mencionado. Em nenhum lugar das epístolas é dito aos crentes que busquem o batismo do Espírito. A Bíblia ensina que receber a Jesus Cristo e submeter-se à Sua Palavra é tudo o que o crente precisa para ser completo (2 Tm 3:16, 17 e Tg 1:4). A doutrina carismática da segunda benção (ou seja, o batismo do Espírito) é um desvio da ortodoxia protestante. Ela não foi ensinada pelos reformadores protestantes cheios do Espírito (Lutero, Zwinglio, Bucer, Calvino, Knox, etc.). Não foi ensinada por nenhum dos grandes teólogos dos séculos dezesseis, dezessete ou dezoito (Gillespie, Rutherford, Owen, Edwards, Turrentin, Hodge, Dabney, Warfield).

A doutrina do batismo do Espírito como uma segunda obra da graça surgiu diretamente no terreno do movimento da segunda benção da santidade (movimento Holiness) do século dezenove. Muitos mestres desse movimento rejeitaram a doutrina ortodoxa que descreve a santificação como sendo um processo de crescimento que dura a vida inteira, onde o pecado nunca é completamente erradicado do crente. Mestres metodistas ‘holiness’ ensinavam que cristãos podiam receber uma “segunda bênção” que concedia ao crente, instantaneamente, “completa santificação”. A natureza pecaminosa era completamente eliminada do crente. E assim, o crente tornava-se perfeito e sem pecado. A doutrina da segunda bênção da completa santificação, da perfeição sem pecado, é condenada pelo apóstolo João: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1 Jo 1:8). Os pentecostais originais levaram a doutrina da segunda bênção um passo adiante e ensinaram o “batismo do Espírito” como uma terceira bênção. Embora a maioria dos pentecostais eventualmente rejeitem a idéia da santificação total, contudo, os pais do pentecostalismo moderno eram heréticos.

Em 1901, Charles F. Parham conduziu a difundida insistência “pentecostal” do “batismo do Espírito Santo” (como é descrito no segundo capítulo de Atos) à conclusão de que as línguas deviam continuar a ser o sinal de uma experiência pentecostal. Um aluno de Parham, W. J. Seymour, popularizou esse novo começo do pentecostalismo em 1906 no reavivamento da Rua Azusa, em Los Angeles, depois do que, esse movimento expandiu-se em suas mais variadas formas.... Os mestres pentecostais originais, Parham e Seymour, ensinavam a posição metodista ‘holinessiana’ de uma “segunda bênção” da perfeita santificação na qual a natureza pecaminosa era erradicada. Isso, diziam eles, era seguido de uma terceira bênção, o “batismo do Espírito”, acompanhada pelas línguas.12

Nos vinte anos seguintes à fundação do pentecostalismo moderno por Charles Parham, muitas das pessoas que se tornaram pentecostais eram mais de tradição batista que Metodista Holiness. Esses novos pentecostais rejeitavam a posição da segunda bênção da completa santificação. Dessa forma, a terceira bênção, “o batismo do Espírito”13 se tornou a “segunda bênção”. A teologia pentecostal tem mantido esse conceito da segunda bênção até hoje. O pentecostalismo e o movimento carismático não nasceram de uma cuidadosa exegese da Palavra de Deus, antes originaram-se do herético reavivalismo ‘holiness’.

É irônico que os carismáticos, que se consideram experts em Espírito Santo, tenham um entendimento completamente equivocado do propósito do ministério do Espírito Santo. Ensina a Bíblia que o Espírito Santo veio para que tivéssemos uma maravilhosa e subjetiva experiência? Para que pudéssemos ter maravilhosas sensações religiosas? Para que pudéssemos sentir uma corrente elétrica em nossos corpos? Para que pudéssemos ter uma experiência excitante e atordoante? Para que nossos cultos de adoração deixassem as pessoas dizendo: “Uau, que emocionante!”? Ensina a Bíblia que o Espírito Santo veio para que as pessoas tivessem as suas atenções voltadas para Ele? Para que pessoas pendurassem faixas com imagens de pombas nas igrejas e tivessem seminários sobre o batismo do Espírito, etc? Não, de forma alguma. Vejam com atenção o que Jesus Cristo diz sobre o ministério do Espírito: “... quando vier, porém, o Espírito da verdade, .... Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” (Jo 16:13,14). O Espírito Santo veio para guiar os homens a Cristo e para glorificar a Cristo. Depois de Pedro ser batizado no Espírito ele levantou e falou à multidão da sua maravilhosa experiência? Será que ele disse “Varões e irmãos, eu acabei de receber o batismo do Espírito Santo, e eu quero contar-vos como isso é maravilhoso. Quando isso me aconteceu foi como se eu fosse atingido por uma corrente elétrica. Eu senti um amor e uma paz passando por todo o meu corpo, até a planta dos meus pés!”? Pelo contrário, Pedro não fez qualquer referência a si mesmo ou ao que sentiu. A sua mensagem foi Jesus Cristo, e este crucificado: “Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus ...” (At 2:22).14

Línguas

Uma prática que todos os pentecostais e carismáticos têm em comum é a de “falar em línguas”. Visto que existem diferenças de opinião quanto ao que são essas línguas e como elas devem ser utilizadas no culto público e nos momentos de devoção pessoal, nós trataremos apenas de aspectos que são comuns dentro do movimento carismático.

Os carismáticos geralmente sustentam três diferentes usos das línguas. Primeiro, a maioria alega que falar em línguas é a evidência inicial do recebimento do batismo do Espírito Santo15. Eles consideram os episódios históricos no livro de Atos (capítulos 2, 10 e 19) como normativos para a igreja em todas as épocas. Segundo, as línguas devem ser usadas no culto público para a edificação do corpo. Essas línguas faladas em público devem ser interpretadas ou traduzidas para que a mensagem de edificação possa ser entendida por todos. (Em muitas igrejas carismáticas, pessoas falam “línguas” que nunca são interpretadas). Carismáticos divergem sobre se as línguas faladas nos cultos são ou não uma forma de revelação direta de Deus. O terceiro uso que se faz das línguas é o de falar em línguas para a edificação pessoal. Esse uso é baseado em uma falsa interpretação de 1 Co 14:1-4. Essa forma de língua é considerada uma língua particular de oração a Deus.

Há várias questões relacionadas às línguas que queremos responder. O que são as línguas, biblicamente falando? São elas línguas verdadeiramente humanas ou são expressões ininteligíveis e desarticuladas? Existem dois tipos de línguas na Bíblia: uma para a igreja e outra para a oração particular? Possuem elas uma natureza de revelação, como a profecia, ou são elas apenas outro método de exortação não inspirada?

A única maneira de definirmos as línguas biblicamente é estudando o uso que os autores bíblicos fazem do termo. A palavra grega glossa, traduzida por “língua” (plural = glossais), quando não se refere ao órgão do corpo chamado língua, refere-se tanto a um grupo étnico (um grupo separado pelo idioma) ou aos idiomas humanos. “A palavra glossa é utilizada por volta de trinta vezes na Septuaginta __ versão grega do Antigo Testamento __ e o seu significado é sempre de uma língua humana normal”16. Nossa preocupação principal é quanto ao que o termo se refere quando fala do dom de línguas no Novo Testamento. A Bíblia claramente ensina que o dom espiritual de falar em línguas sempre se refere a línguas humanas reais (inteligíveis) e conhecidas.

No dia de Pentecoste os discípulos “passaram a falar em línguas” (glossais - At 2:4). Estavam eles balbuciando expressões sem sentido ou falando em línguas verdadeiramente humanas? Em virtude desse primeiro acontecimento servir de paradigma ou padrão para todos os outros “falar em línguas”, o Espírito Santo cuidadosamente definiu a natureza das línguas; é evidente que os discípulos estavam falando línguas reais, línguas conhecidas. Eles até mesmo falavam diferentes dialetos da mesma língua (os frígios e panfílios falavam diferentes dialetos do grego).

“Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. Estavam pois atônitos, e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua (dialektos) materna...?”.

Como que para enfatizar que os discípulos falavam línguas reais e não expressões incompreensíveis, Lucas até mesmo lista povos das pessoas que ouviram suas línguas nativas: “.. partos, medos, e elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia; da Frígia e Panfília, do Egito e das regiões da Líbia nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tantos judeus como prosélitos, cretenses e arábios; como os ouvimos falar em nossa próprias línguas (glossais) as grandezas de Deus?”. (At 2:9-11). Em Atos 2, a palavra glossais é usada por Lucas intercambiavelmente com dialektos (“uma língua ou idioma peculiar a um povo” – J. H. Thayer). O relato bíblico registra que em três ocasiões a multidão disse que ouvira suas próprias línguas sendo faladas. Lucas até registra as diferentes línguas nacionais e dialetos regionais que foram faladas pelos discípulos.

Em Atos, línguas são sempre idiomas humanos reais. Esse fato é confirmado quando examinamos o derramamento do Espírito Santo sobre os gentios em Atos 10:44-48. Pedro diz que os gentios: “... assim como nós, receberam o Espírito Santo...” (v 47). Ele conta à igreja de Jerusalém que “... caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós no princípio”. (At 11:15). Pedro diz que Deus concedeu aos gentios “.. o mesmo dom que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus ...” (v 17). Pedro está dizendo que os gentios tiveram a mesma experiência que os discípulos no dia de Pentecoste: “Essa semelhança entre as experiências estende-se não apenas ao fato do recebimento do Espírito, mas à natureza do falar em línguas estrangeiras”17. Portanto, não existe a menor evidência no livro de Atos de que o falar em línguas seja qualquer coisa senão falar em idiomas estrangeiros. Mas o que dizer de 1 Corintíos?

Em 1 Coríntios, línguas também são idiomas estrangeiros. Examinemos primeiro os textos que claramente se referem a línguas e então examinaremos os textos usados pelos carismáticos como justificativa para uma língua que não é deste mundo, estática, uma língua especial para se orar a Deus.

Paulo referia-se ao dom de línguas como gene glossen, traduzido como “variedade de línguas” (1Co 12:10 e 28). Este termo genos, no Novo Testamento, refere-se à família, descendência, raça, nação, espécie, tipo e classe. Ele sempre designava itens relacionados entre si. Há muitas “espécies” de peixe (Mt 13:47), mas são todos peixes. Há várias “castas” de demônios no mundo (Mt 17:21), mas eles continuam sendo demônios. Há muitos “tipos” de vozes (1 Co 14:10), mas todas são vozes. Portanto, podemos concluir que há muitos “ tipos” de línguas, mas todas elas são línguas. Existem várias famílias de línguas no mundo __ semítica, eslava, latina, etc. Todas elas têm uma coisa em comum, elas possuem um vocabulário definido e construção gramatical. Paulo certamente não podia ter misturado línguas estrangeiras conhecidas com expressões desconhecidas e estáticas colocando-as sob uma mesma classificação. Elas simplesmente não têm nenhuma relação entre si.18

Portanto, se existissem dois tipos de línguas completamente diferentes um do outro __ línguas inteligíveis de um lado, e uma língua estática, ininteligível para oração particular do outro, como muitos carismáticos asseveram __ então, o Espírito Santo, que não pode mentir, não teria utilizado a palavra genos para se referir às línguas no capítulo doze de 1Coríntios.

Outro texto que vai de encontro à posição carismática é 1Co 14:21,22: “Na lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas constituem um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos; mas a profecia não é para os incrédulos, e, sim, para os que crêem.” Aqui a palavra “línguas” refere-se a uma língua real, um idioma estrangeiro (assírio19), mostrando que o apóstolo Paulo considerava essas “línguas” como sendo línguas correntes da época.

Isso é também confirmado pelo uso do artigo hai e pela função da conjunção inferencial hoste (de sorte que; portanto). Se Paulo considerava o falar em línguas como sendo uma linguagem desconhecida, ele nunca teria usado a mesma palavra duas vezes nos dois versículos, especialmente pelo fato de que o significado de glossa já estava claramente estabelecido no versículo anterior20.

Nosso argumento de que “línguas” se refere a idiomas estrangeiros é apoiado pela palavra grega utilizada por Paulo quando ele diz que “línguas” devem ser interpretadas (1Co 12:10; 14:26,28). Quando a palavra hermeneuo não é utilizada para descrever a exposição das Escrituras, ela simplesmente significa “traduzir o que foi falado ou escrito em uma língua estrangeira”21. Quando o termo é usado referindo-se à exposição das Escrituras (Lc 24:27) ele é traduzido como “expor”. Quando a palavra hermeneuo é utilizada fazendo referência às línguas ela é traduzida como “interpretar”. Um intérprete é alguém que traduz um idioma estrangeiro para um outro compreensível à audiência presente.

Certa posição, que é às vezes tomada, diz que o dom da interpretação é um tipo de habilidade intuitiva através da qual um membro da congregação concede um significado inteligível às expressões ininteligíveis de outro. Mas tal posição não é somente estranha à utilização bíblica de “interpretar” (hermeneo e seus derivados), mas também pressupõe a posição sobre as línguas que já discutimos e rejeitamos. A única razão pela qual o falar em línguas é ininteligível para os que o ouvem é que eles não compreendem a língua que está sendo falada22.

Mas não existem textos que ensinem que há um uso das línguas na oração particular __ que as línguas devem ser usadas para oração particular a Deus e para a edificação pessoal? As três passagens comumente usadas para sugerir dois tipos de línguas são Rm 8:26, 1Co 13:1 e 1Co 14:2-4. O primeiro texto na verdade não tem nenhuma relação com línguas: “... mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis”. Inexprimíveis ou inexprimidos, gemidos obviamente não podem se referir a línguas.

___________________

Referências:

11 - Gaffin, pp. 19-20.

12 – George M. Marsden, O Fundamentalismo e a Cultura Americana: A Formação do Evangelicalismo do Século Vinte, 1870-1925 (Fundamentalism and American Culture: The Shaping of Twentieth Century Evangelicalism, 1870-1925) (New York: Oxford, 1980), p. 93.

13 – A expressão “batismo do Espírito Santo”, comumente usada pelos carismáticos, não é bíblica. A Bíblia sempre utiliza a expressão batismo no ou com o (grego: en) Espírito Santo. Isso porque não é o Espírito Santo quem batiza. É Cristo quem batiza com o Espírito Santo. Ele tem esse privilégio como o Mediador divino-humano, como parte da Sua glorificação da parte do Pai.

14 – Robert D. Brinsmead, “A Justificação pela Fé e o Movimento Carismático” (Justification by Faith and the Charismatic Movement), Present Truth (edição especial, 1972) p.7.

15 – Essa é a posição oficial das Assembléias de Deus, por exemplo: “O batismo dos crentes no Espírito Santo é atestado pelo sinal físico inicial do falar em outras línguas conquanto o Espírito de Deus lhes forneça expressão (Constituição do Conselho Geral das Assembléias de Deus [Springfield, Mo.: Gospel Publishing House, 1983], V:8). A noção de que cada um que recebe o batismo no Espírito deve evidenciá-lo através do falar em línguas contradiz claramente a Bíblia. Paulo pergunta, “... falam todos em outras línguas?” (1Co 12:30); a construção desta pergunta de retórica necessita de um não como resposta. Mais adiante ele diz: “Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas” (1Co 14:5). Obviamente que nem todos na igreja de Corinto falavam em línguas. De acordo com algumas pressuposições carismáticas, esperar-se-ia que Paulo desse instruções aos coríntios sobre como receber o batismo do Espírito, a fim de que todos pudessem falar em línguas. A verdade é que o dom de línguas, como a profecia, era um dom somente concedido a alguns.

16 – MacArthur, p. 159.

17 – Gromacki, p.61.

18 – Ibid., p.62.

19- Isso é evidente pela citação do Antigo Testamento (Is 28:11). “É provavelmente correto observar aqui uma referência à chegada dos assírios, cuja língua os judeus, naturalmente, não entenderiam” (Edward J. Young, O Livro de Isaías (The Book of Isaiah) [Grand Rapids: Eermans, 1969], 2:227).

20 – Ibid., p.64.

21 – J. H. Thayer, Léxico Grego-Inglês (Greek-English Lexicon), p. 250.

22 – Gaffin, pp. 78-79.

100 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page