1. A oração verdadeira faz o céu descer para a alma e eleva a alma para o céu.
2. A oração verdadeira é o principal exercício da fé, onde todas as graças salvadoras convergem para o clímax na maior expressão de gratidão (a Deus), na mais profunda expressão de humildade (com referência a nós mesmos) e na mais ampla expressão de amor (aos outros).
3. A oração verdadeira é vida sincera. “É a alma soprando a si mesma no seio do Pai celeste (Thomas Watson)”.
4. A oração verdadeira é a resposta do pecador à voz de Deus.
A oração do quebrantado é um presente a Deus em resposta ao presente de Deus que é o quebrantamento daquele que está orando.
5. A oração verdadeira é uma arte santa ensinada por um Espírito gemente e lutador que frequentemente usa as impossibilidades, e evidente “falta de arte” da vida enredada e manchada pelo pecado do crente, para esboçar sobre ele a imagem do seu digno Mestre.
6. A oração verdadeira é ar espiritual para pulmões espirituais.
Quando a oração vazia toma o lugar da oração contrita, o verdadeiro crente se degenera, se torna indiferente.
7. A oração verdadeira é o fruto do Deus Trino, O Pai como o Provedor e Decretador? O Filho como Merecedor e Perfeito, o Espírito como Aquele que Reivindica? E Aquele que Habita?
8. A oração verdadeira tem um inexplicável modo de aumentar tanto a dignidade de Cristo quanto a indignidade do pecador, consequentemente, ambas são partes principais da gratidão e da humildade (d. Heid. Cat., Q 116).
9. A oração verdadeira é a maior arma do crente no arsenal de Deus. O puritano Thomas Lye confessou: “Eu prefiro estar em oposição às leis dos perversos a estar em oposição às orações dos justos”.
10. A verdadeira oração não prega para Deus. Não é conduzida pela mão, mas alcança a mão direcionadora d’Ele.
11.A verdadeira oração tem mais a ver com Deus do que com o homem. Está envolvida na aflição santa pela glória e o reino Deus.
12.A oração verdadeira anseia por avivamento. A sua esperança está unicamente no Senhor. Quando Adoniram Judson havia trabalhado por oito anos sem nenhum convertido autêntico, sua junta de missões perguntou-lhe se ainda tinha alguma esperança. Judson respondeu: “Minha esperança é tão grande quanto as promessas de Deus”.
13.A verdadeira oração não está focada em si mesma ou no suplicante. Não se volta para o interior para uma introspecção mórbida, mas se volta para o interior para trazer toda a incapacidade e depravação do pecador, para fora e para cima, para o Deus Todo Poderoso da graça.
14. A verdadeira oração deixa Deus ser Deus. Ela esvazia as mãos e o coração perante o acessível trono de Deus. A verdadeira oração não é explanação, mas petição. Não diz ao Senhor como converter um pecador, mas pede a Ele para fazer isto, confiando que Ele sabe mais do que qualquer suplicante.
15.A verdadeira oração expõe tudo diante do Senhor como se Ele não soubesse nada sobre a condição do pecador, mesmo sabendo que o Senhor sabe de tudo.
16.A oração verdadeira une a reverência santa e intimidade santa com uma ousadia reverente.
17.A verdadeira oração não é auto-congratulatória, mas auto-condenatória e Cristo-congratulatória.
18.A verdadeira oração reconhece que não muda Deus nem as coisas, enquanto simultaneamente compreende que Deus frequentemente se agrada de realizar Seus propósitos por meio da oração.
19.A verdadeira oração é comunhão com Deus. É uma leve indicação da conversa eterna no céu.
20.A verdadeira oração não é uma tempestade de palavras em uma elevação de voz cada vez maior, mas é uma questão do coração em uma meditação cada vez mais profunda diante de Deus.
21.A oração verdadeira sempre sente que não é suficientemente verdadeira, profunda, terminada e completa.
22.A oração verdadeira, quando negligenciada, é como um cabo de força sem eletricidade, um computador desligado, uma falha no sistema. As informações valiosas não descem nem sobem.
23.A oração verdadeira é ornada em palavras, mas seu corpo é sem palavras. É um trabalho do coração. Por isso, Bunyan acertadamente recomenda: “Quando orares prefira deixar que teu coração fique sem palavras, do que tuas palavras ficarem sem coração”.
24.A oração verdadeira não mede necessidades muito grandes ou muito pequenas. Não aceita probabilidade humana, nem recua diante da impossibilidade humana.
25.A oração verdadeira agrada a Deus. Mostra a Ele a divina escrita da Bíblia e a divina assinatura das Suas promessas do pacto da aliança.
26.A oração verdadeira sente profundamente que só pode ser validada pela oração do Sumo Sacerdote, Cristo Jesus, aquele que salga as petições imperfeitas com o sal dos Seus sofrimentos meritórios antes de apresentar as orações da igreja, sem mancha ou ruga, à vista do Seu santo Pai.
27.A oração verdadeira traz petições específicas e espera por respostas específicas. E elas serão respondidas, talvez não imediatamente, mas a demora de Deus não é a Sua recusa. “Deus nunca recusou nada àquela alma que chegou tão longe quanto o céu para pedir” (John Trapp).
28.A oração verdadeira é banhada na fé. A oração incrédula é uma oração infrutífera, não importa quão sincera possa ser.
29.A oração verdadeira pelos outros também colhe grandes benefícios para o suplicante no sentido de se sentir mais íntimo com Deus. A oração verdadeira não pode interceder explicitamente pelos outros sem estar orando implicitamente por si próprio.
30.A oração verdadeira é uma alegria em si mesma, mesmo quando a resposta pareça contradizer as muitas petições oferecidas.
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Dr. Joel Beeke é presidente e professor de Teologia Sistemática e Homilética no Puritan Reformed Theological Seminary; pastor da Heritage Netherlands Reformed Congregation em Grand Rapids, Michigan, editor da Banner of Sovereign Grace Truth, diretor e editor da Reformation Heritage Books, presidente da Inheritance Publishers, e vice-presidente da Sociedade Reformada Holandesa de Tradução.