Ó SENHOR DEUS,
Dá-me saber que a graça precede, acompanha e segue minha salvação,
que ela sustenta a alma redimida,
que nenhum elo dessa cadeia pode ser jamais rompido.
Da cruz do calvário me vêm contínuas ondas de graça,
que tratam de meus pecados,
lavam-me,
renovam meu coração,
fortalecem minha vontade,
despertam minhas afeições,
acendem uma chama em minha alma,
dominam cada parte de meu homem interior,
consagram cada pensamento, palavra e ato,
ensinam-me teu amor imensurável.
Quão grandes são meus privilégios em Cristo Jesus!
Sem ele permaneço distante, sou um estranho, um proscrito;
nele me achego e toco seu cetro imperial.
Sem ele não ouso erguer a vista com meus olhos culpados;
nele contemplo meu Deus-Pai e amigo.
Sem ele cerro meus lábios, titubeando de vergonha;
nele abro minha boca em petição e louvor.
Sem ele é tudo ira e fogo consumidor;
nele está todo o amor, e o consolo da minha alma.
Sem ele a angústia eterna e o inferno me escancaram os dentes;
nele seus portões são trancados a mim por seu sangue precioso.
Sem ele a escuridão horrível se agiganta a minha frente;
nele uma eternidade de glória é só o que vejo.
Sem ele tudo dentro em mim é terror e desânimo;
nele cada acusação reveste-se de alegria e paz.
Sem ele todas as coisas externas pedem pela minha condenação;
nele todas elas cooperam para meu conforto,
e devem ser recebidas com ações de graças.
Louvo-te por tua graça,
e pela inefável dádiva de Jesus.
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Tradução: Márcio Santana Sobrinho
Extraído de: The Valley of Vision:
A Collection of Puritan Prayers & Devotions,
editado por Arthur Bennett, p.158