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Satanás » Joel Beeke



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A DOUTRINA DO PECADO — SATANÁS

A existência de Satanás é atestada em nove livros do Antigo Testamento e por cada um dos escritores do Novo Testamento. No Antigo Testamento, a palavra Satanás significando “adversário ou acusador”, ocorre dezenove vezes (“Satan”- versão KJV). A palavra parece ser empregada tanto como um título (“ó Satanás”; Zacarias 3:1-2), quanto como um nome pessoal (“Satanás”; 1 Crônicas 21:1; “Satan”; Salmos 109:6 – versão KJV). Muitos dos usos ocorrem nos capítulos 1 e 2 do livro de Jó.

No Novo Testamento, Satanás é denominado mais frequentemente de “o diabo” (“devil”, em inglês, ou “diabolos”, no grego; ocorrendo sessenta vezes, sendo quarenta delas apenas nos Evangelhos). Este é um termo que significa “caluniador ou difamador”. A palavra “Satanás”, propriamente dita, ocorre trinta e quatro vezes (“Satan” - versão KJV), sendo a metade delas nos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos, e a outra metade, nas epístolas e em Apocalipse.

Adicionalmente, existem outros nomes e títulos neotestamentários para Satanás: “o acusador” (Apocalipse 12:10), “o adversário” (1 Pedro 5:8), “Apoliom” (Apocalipse 9:11), “Belzebu” (Mateus 12:24), “Belial” (ou “Maligno”, 2 Coríntios 6:15), “o dragão” (Apocalipse 12:7), “o deus deste século” (2 Coríntios 4:4), “o príncipe da potestade do ar” (Efésios 2:2), “o príncipe deste mundo” (João 12:31), “a serpente” (Apocalipse 20:2), “o tentador” (Mateus 4:3), e “o leão que ruge” (1 Pedro 5:8).

Satanás não é uma força impessoal, mas é o principal anjo caído que se rebelou contra Deus (Isaías 14:12-15). Ele tem todos os traços de personalidade, tais como o intelecto (2 Coríntios 11:3), a emoção (Apocalipse 12:17), e a vontade (2 Timóteo 2:26). Além disso, pronomes pessoais são imputados a ele (Mateus 4:1-12).

Desde o seu primeiro sucesso na tentação de Adão em Eva para pecarem, Satanás é visto guerreando contra a humanidade em geral, e crentes em especial. Agindo em oposição ao mundo, Satanás cega, engana e governa sobre o homem em perversidade (2 Coríntios 4:3-4; Efésios 2:2; Colossenses 1:13; Apocalipse 20:7-8). Com hostilidade para com os crentes, Satanás perambula ou vagueia “como um leão que ruge” (1 Pedro 5:8). Satanás incitou Davi a pecar (1 Crônicas 21:1), acusou Jó e Josué, o sumo sacerdote (Jó 1-2; Zacarias 3:1), corrompeu o pensamento de Pedro (Mateus 16:23), e colocou um espinho na carne de Paulo (2 Coríntios 12:7). Satanás procura acusar a todos os crentes diante de Deus, e se opõe a eles com toda a sua força (Apocalipse 12:10). Ele é apropriadamente descrito como astuto (Efésios 6:11), o que faz com que o crente precise se revestir de toda a armadura, tanto ofensiva quanto defensiva, contra ele (Efésios 6).

Satanás pode ser visto como executando quatro estratégias contra o crente. Em primeiro lugar, Satanás conduz o crente para fora do caminho reto, incitando-o com o fruto pecaminoso, cuidadosamente ajustado para o gosto deste crente. Satanás conhece as fraquezas individuais dos crentes e rapidamente se aproveita delas. Cada crente deve estar cauteloso em suas áreas de fraqueza, construindo fortificações contra Satanás nestes pontos.

Em segundo lugar, Satanás coloca obstáculos monumentais ao longo do percurso da disciplina espiritual, tornando o progresso tedioso e exaustivo. Ele confronta o crente com impasses aparentes, muitos dos quais são comuns e ordinários, tais como os negócios, a solidão, e a fadiga ou exaustão. Munido destas e de outras estratégias, Satanás tenta desencorajar e subjugar o crente. O crente precisa se refugiar no Senhor, como sua força e sua rocha (Salmos 18:2; 28:7), empregando os meios de graça, e estando em comunhão regular com outros Cristãos.

Em terceiro lugar, Satanás monta armadilhas para o crente, iludindo-o ou enganando-o acerca de Deus e da Sua verdade. Desde o começo (Gênesis 3:4-5), Satanás corrompeu a verdade de incontáveis maneiras. O crente precisa se banhar na verdade da Palavra. Ele deve assegurar que a verdade da Escritura está sendo apresentada diante dos seus olhos, está soando nos seus ouvidos, e está habitando em seu coração e sua mente (Deuteronômio 6:7-9; Josué 1:8; Salmos 119:11).

Em quarto lugar, Satanás se opõe a cada passo de santificação. Como o progresso do crente é o retrocesso do Diabo, Satanás tenta incalsavelmente impedir a obediência. Cristo é o remédio. Quando Satanás lança armadilhas para derrubá-lo, o crente deve suplicar a Cristo, aquele que é o seu “primeiro amor” (Apocalipse 2:4-5). Quando Satanás constrói barreiras para impedi-lo, o crente precisa olhar para Cristo, aquele que “abre caminho” (Miquéias 2:13). Quando Satanás forja cadeias para o acorrentá-lo, o crente precisa implorar a Cristo, aquele que “liberta os cativos” (Lucas 4:18).

Precisa haver conforto, no entanto, pois Satanás já foi derrotado por meio da morte e ressurreição de Cristo (Gênesis 3:15; Apocalipse 20). A sua destruição é certa no final dos tempos. Até lá, o crente precisa reconhecer que a sua “suficiência vem de Deus” para triunfar contra Satanás (2 Coríntios 3:5).​

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Décimo sétimo artigo da série "Grandes Doutrinas da Fé Cristã Reformada". Publicado com autorização

* The Reformation Heritage KJV Study Bible, Joel R. Beeke (editor geral), Reformation Heritage Books (RHB), Grand Rapids, Michigan, 2014, “List of In-Text Articles”. http://kjvstudybible.org

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