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A Adoção » Joel Beeke



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A DOUTRINA DA ELEIÇÃO — A ADOÇÃO

A adoção é o ato gracioso de Deus, pelo qual Ele nos escolhe, nos chama para Si mesmo, e nos concede privilégios e bênçãos por sermos Seus filhos. Deus tem uma natureza paternal – Seus planos, para a Sua família, são expansivos. Embora a humanidade perdeu a condição e os privilégios da filiação, em sua trágica “queda” no Paraíso, a adoção transporta o crente para fora de um estado miserável, para uma união feliz com Deus.

A adoção é triuna por natureza: Deus Pai escolhe os Seus filhos antes da fundação do mundo (Romanos 8:28-29; Efésios 1:5,11; 1 Tessalonicenses 1:4; 1 Pedro 2:9); Deus Filho ganhou as bênçãos pelas quais nos tornamos filhos de Deus (1 João 4:10); e Deus Espírito Santo muda a nossa natureza através da regeneração, de tal forma que somos transformados de “filhos da ira” para “filhos de Deus” (1 João 2:29; 3:9; Efésios 2:3).

A adoção traz mudanças de relacionamento. Em primeiro lugar, o relacionamento com Deus é mudado, pois Ele agora é chamado “Aba, Pai” (Romanos 8:15). Portanto, o filho de Deus declara, como Cristo declarou, “não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou” (João 5:30). A vida do crente é controlada pela convicção de que Deus é, agora, seu Pai (Mateus 7:11; cf. Mateus 6:9). Este é o seu conforto, em todos os aspectos da vida (Mateus 6:32; João 14:1-2; Tiago 1:16-18).

Em segundo lugar, o nosso relacionamento com o mundo é mudado. Ele se torna, agora, um relacionamento conturbado (1 João 3:1). Além disso, este relacionamento faz com que o crente continuamente lute para mortificar, pois apesar dele “viver no mundo”, ele precisa “não ser do mundo” (João 15:19; 17:16; Romanos 12:2; cf. Êxodo 23:32-33; Juízes 2:1-2; 2 Coríntios 6:17-18; Filipenses 1:27; Tiago 1:27; 4:4).

Em terceiro lugar, o nosso relacionamento com a família de Deus é mudado, pois um filho de Deus tem muitos irmãos e irmãs, em Cristo (1 João 3:14-18). Conforme o crente é unido a Deus, em Cristo, ele também é unido a todo o povo de Deus (João 17:21). Além disso, a adoção traz consigo a comunhão dos santos (Salmos 133:1; Romanos 12:4-5; 1 Coríntios 12:12-31; 1 Tessalonicenses 5:11).

Adicionalmente, a adoção inclui dois preciosos benefícios: uma condição abençoada e privilégios extraordinários. Os filhos adotados por Deus compartilham uma condição similar à do próprio Filho de Deus (cf. Oséias 1:10; Romanos 9:26; 2 Coríntios 6:18), que é o seu “Irmão mais velho” (Hebreus 2:11). Isto significa que eles desfrutam do mesmo amor de Deus que existe entre o Pai e o Seu Filho (João 17:23; cf. Jeremias 31:3; 1 João 3:1). Portanto, Deus declara para o crente o que Ele fala para o Seu Filho: “Este é o meu filho amado” (Mateus 3:17).

Ainda mais, o filho de Deus recebe múltiplos privilégios. Ele recebe o Espírito de adoção (Romanos 8:15), ele é transformado à semelhança de Cristo (Romanos 8:29; 2 Coríntios 3:18), é repreendido para a sua santificação (Hebreus 12:6-7), ele recebe conforto do amor e da piedade paternais de Deus (Salmos 103:13), é preservado de quedas (Judas 24), e ele é provido de todas as coisas necessárias para a sua vida (Mateus 7:7-11; Tiago 1:17).

Além de tudo isso, o crente desfruta de privilégios do Unigênito Filho Amado. Isto trás consigo aceitação (Efésios 1:6), comunhão (2 Coríntios 13:13), vida (João 1:12-13; 1 João 3:1-3), e uma herança eterna (Romanos 8:17). A adoção, segundo a lei Romana, era um ato legal pelo qual um homem escolhia alguém de fora da sua família para ser um herdeiro da sua herança. Esta herança era dividida; mesmo assim, apenas de existirem vários herdeiros de Cristo, cada crente recebe a plena e completa herança de Deus.

Estes privilégios trazem a responsabilidade de servir alegremente ao Pai. Isto inclui um amor pueril e reverencial pelo Pai; uma submissão ao Pai, em todas as Suas providências; uma obediência e imitação do Pai; e um amor pelos filhos do Pai. Como um filho se regozija em agradar ao seu pai, assim também o crente busca pelos sorrisos e olhares severos de Deus, para guiar a sua conduta na vida.

De um filho do Diabo para se tornar um filho de Deus; de um filho da ira para ser objeto do favor de Deus; de um filho da condenação para um herdeiro de todas as promessas e um possuidor de todas as bênçãos; da maior miséria para a maior felicidade – a adoção é uma maravilha estupenda. O pródigo não tem nada para mover a Deus para adotá-lo. Ainda mais, existe o bastante nele para desencorajar a adoção; contudo, Deus se deleita em se tornar o seu Pai, em Cristo, pelo Espírito.

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​Trigésimo oitavo artigo da série "Grandes Doutrinas da Fé Cristã Reformada". Publicado com autorização

* The Reformation Heritage KJV Study Bible, Joel R. Beeke (editor geral), Reformation Heritage Books (RHB), Grand Rapids, Michigan, 2014, “List of In-Text Articles”. http://kjvstudybible.org

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