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O que é a Fé Reformada?

Definindo a Questão


Uma das grandes questões que nós temos que encarar constantemente, como cristãos evangélicos de convicções reformadas, é a questão da identidade. O Assunto apresentado através daquela pergunta reiterada com frequência: O que é que significa ser reformado? E ainda mais precisamente: O que significa ser reformado não apenas no sentido histórico da palavra, mas no contexto atual, na situação em que nos encontramos na igreja, na nação e no mundo?


Temos a intenção, é claro, de sermos fiéis à nossa herança, à grande tradição na qual nós nos encontramos e que deu expressão tão brilhante e convincente às verdades da Palavra de Deus, afirmadas pela igreja Cristã antiga e, num certo sentido, redescobertas na época da Reforma protestante. Mas esta nossa intenção, de nos atermos ao que é bom, requer mais do que uma afirmação de determinação. Ela também demanda definição contemporânea e claramente clama por um delineamento que fará, para nosso próprio tempo, o que outros fizeram em gerações anteriores. Sempre temos de nos relembrar, a nós mesmos, que não fazemos teologia num vácuo; que a ciência da teologia não começou com a nossa entrada no mundo. Às vezes tem-se a impressão, pela forma como alguns pregam e escrevem, que toda a cristandade esperava pelo advento dos seus ministérios, e que é somente por meio deles, e pelo que têm a dizer, que a fé cristã começou a fazer sentido e a ser entendida em todas as suas implicações. Mas tal abordagem é totalmente inaceitável; aqueles que falam dessa maneira introduzem, ao mesmo tempo, seus próprios absurdos como se eles fossem o próprio evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Devem, assim, ser repreendidos e seu ensino deve ser repudiado.


Deveríamos dizer de uma vez por todas que, mesmo a partir de uma perspectiva histórica, não é fácil chegar a uma definição breve e satisfatória do que significa ser Reformado. Essa é sem dúvida a questão; isso por uma série de razões.


Existem Fontes de Autoridade?


Em primeiro lugar porque não existe uma única fonte à qual poderíamos recorrer em busca de uma expressão que defina com autoridade a fé Reformada. Certamente devemos muito a João Calvino. Mas também devemos grandemente a muitos outros: a Agostinho por exemplo, bem como a Anselmo, e a Martinho Lutero. Além do mais, esses homens, não importa quão grandes possam ter sido, eles não tinham a pretensão de estar falando com uma autoridade equivalente à autoridade da revelação divina, ou de forma tal que toda a igreja fosse constrangida a lhes obedecer. No Cristianismo evangélico não existe papa que pode falar ex catedra, e assim impor pronunciamentos infalíveis aos fiéis. Frequentemente digo aos meus alunos que, se é para aprender qual foi a posição Reformada nesse ou naquele ponto de doutrina — se for para adquirirmos qualquer coisa como um entendimento oficial da fé Reformada — temos que olhar não para os escritos dos teólogos, mas sim para as confissões das igrejas: a confissão Belga, o catecismo de Heidelberg, a Segunda Confissão Helvética, os Cânones de Dort, a Confissão de Fé de Westminster e seus respectivos catecismos. Assim chegamos mais próximo de um consensus ecclesiae, um consenso da igreja, nesses momentos específicos da história, com relação ao ensino da palavra de Deus...


 

— John Richard De Witt

Extraído do livro "O que é Fé Reformada", de John Richard De Witt, Terry Johnson e F. Solano Portela, Editora Os Puritanos, pp. 5,6. Adquira o livro digital ou impresso na Amazon EUA.


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