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Os Verdadeiros Fundamentos de um Povo » John M. Brentnall


Casa sobre a rocha

Nos primeiros salmos, Davi exclama: “Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Sl. 11:3) e clama: “Socorro, Senhor! Porque já não há homens piedosos; desapareceram os fiéis entre os filhos dos homens”. (Sl. 12:1). Há uma clara ligação entre a destruição dos fundamentos da sociedade e a remoção, feita por Deus, dos homens piedosos dentre nós. A sociedade está baseada em justiça, verdade e retidão; onde essas coisas são negadas ou mesmo negligenciadas, não só os fundamentos da sociedade são abalados (como nos dias de Isaías, veja Is. 59: 11–15), mas também poucos homens piedosos estão ao nosso redor para protestar contra a destruição.

Em 1977, num dia de palestras realizado em Glasgow, James Packer fez um paralelo entre a tentativa do rei Jeoaquim de destruir a Verdade de Deus (Jr. 36:23-24) e tendências semelhantes em nossa sociedade.

1) Primeiro, observou ele, Jeoaquim rejeitou a Verdade porque a considerou mero produto humano, não como sendo a Palavra de Deus na boca dos homens. Hoje, os líderes da nação se recusam a submeter suas políticas e ações à Palavra de Deus, preferem, ao invés disto, fazer o que é certo aos seus próprios olhos.

2) Em segundo lugar, o rei pensou que, como a Escritura é mero produto humano, não é necessário acreditar nela. Semelhantemente, através do trabalho destrutivo dos críticos da Bíblia, muitos hoje vêem a Bíblia como nada mais do que um documento da antiga religião judaica e a expressão dos primeiros discípulos cristãos. Conseqüentemente, eles não se sentem na obrigação de acreditar em suas verdades ou seguir suas exigências morais.

3) O terceiro erro do rei Jeoaquim foi imaginar que a Palavra de Deus poderia ser destruída. Foi por isso que ele rasgou o pergaminho do profeta Jeremias. No entanto, logo o rei foi destruído, mas a Palavra de Deus ainda está conosco hoje. A lição é clara: se nós, como nação, continuarmos a dar as costas para Deus e Seu conselho, iremos incorrer em Seus juízos. De fato, eles já estão sobre nós.

4) O último erro do rei Jeoaquim foi não atentar para a Palavra de Deus como a base da sociedade. Em vez disso, ele pôs sua confiança em alianças proibidas com o Egito e a Assíria. Hoje, muitos de nossos líderes e de nosso povo procuram a segurança da sociedade em alianças com a Europa e com os Estados Unidos, enquanto o nosso único caminho seguro é retornar a Deus. Não somos, vamos dizer, “uma confederação”, como se “nossa sociedade só pudesse prosperar em aliança com outras nações”. Nosso dever é “santificar ao Senhor dos exércitos”, e fazê-Lo nosso temor e nosso espanto. Portanto, Ele deve “ser santuário” para nós (Is. 8:12-14). Deus foi nossa força e proteção nos dias da rainha Elizabeth I e nos dias de Oliver Cromwell. Não deveríamos suplicar que Ele também o seja em nossos dias?

Na medida em que olhamos ao nosso redor, vemos uma sociedade que considera a Palavra de Deus como praticamente inútil, mas paga vastas somas de dinheiro a pessoas que enganam, iludem e entretecem. Distorção, seleção de fatos, prevaricação em favor do erro. Vivemos numa sociedade manipulada pelo engano. O que o rei Davi diria se pudesse ver a mídia atual com toda a sua torpeza, fantasia e orgulho?

Então, a pergunta que ainda pressiona os crentes em Cristo é: “Que poderá fazer o justo?”. Certamente a resposta, tanto para a Igreja quanto para o Estado, é “repor os fundamentos”. Assim como Samuel repôs os fundamentos do pacto de Deus com Seu povo e Esdras (Cap. 3-6) repôs os fundamentos do templo e da lei de Deus (Ne 8), assim nós devemos procurar repor os fundamentos da justiça, verdade e retidão em nosso caráter, em nossa conduta e em nosso discurso. Então, com a benção de Deus, talvez possamos esperar ver a sociedade transformada e reformada de acordo com a Palavra de Deus, assim como aconteceu na Reforma.

“Qual é o segredo da grandiosidade Britânica?”, perguntou certa vez um chefe africano à rainha Vitória. “A Bíblia”, respondeu ela, dando-lhe o livro sagrado. Nós não temos nenhum desejo de fazer da Palavra de Deus uma serva do imperialismo ou da prosperidade Britânica. Pelo contrário, desejamos honrá-la em todos os aspectos de nossa vida nacional. Porque “eu honro aqueles que me honram”; e “a justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos”. Que Deus em Sua misericórdia restaure a justiça, a verdade e a retidão entre nós antes que seja tarde demais.

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John M. Brentnall é Editor da “Paz e verdade”, uma revista da Sovereign Grace Union.

Tradução: Eva Luiza Araújo

Fonte: The True Foundations of a People

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