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A Ausência de Amor » W. à Brakel


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Deus criou Adão e sua natureza com amor pelos outros. Depois da queda, Deus continuou a requerer este amor, apesar de nós não conseguirmos. A Lei (Mt22:39), os profetas (Lv 19:18,34 ; Dt 10:19), os apóstolos (Rm 12:10 ; 1 Pe 3:8 ; 1 Jo 4:11) e o Senhor Jesus (Jo 13:34 ; 15:12,17) fazem isto de forma clara. Portanto o expresso requerimento de Deus no nosso coração, faz disso não apenas uma obrigação, mas também nossa motivação.

Aqueles sem amor

Nós sabemos que é nossa tarefa amar os outros; podemos ver o quanto cumprimos e o quanto estamos longe disso. A seguir apresentamos a lista dos que não amam o seu próximo:

  • Aqueles que não amam a Deus. Se nós não amamos a Deus, não podemos amar tanto aqueles que O reconhecem e amam ou mesmo aqueles que não fazem isso, pela causa do Mestre.

  • Aqueles que amam os salvos pelas razões erradas. Algumas vezes os ímpios amam os que são de Deus, não porque eles sejam de Deus ou gostem de dEle. Isto acontece por algumas razões naturais, porque quando os que são de Deus deixam a sua luz brilhar, então os ímpios expressam sua secreta aversão se apartando deles.

  • Aqueles que vivem só para si mesmos. Os seus corações estão “de mal” com qualquer um. A eles falta até o sentimento natural.

  • Aqueles que vivem só para satisfazer sua concupiscência da carne, dos olhos e da soberba da vida. Aos seus olhos os que são de Deus são os mais desprezíveis. Mas eles honram os seus companheiros de embriaguez, suas amizades, os bajuladores e fornicadores.

  • Aqueles que mostram abertamente seu ódio pelos que são de Deus, por meio de falatórios maldosos, escarnecendo deles, desprezando-os, tentando apanhá-los onde têm problemas e zombando deles, oprimindo-os e perseguindo-os.

Consequências da falha em amar

Muitos estão atentos a isso. Eles dizem, “O que tem a ver isso conosco?”. Minha resposta é que isso o afeta e o afeta muito. Isto significa que:

1. Você não é nascido de Deus (1 Jo 4:8). Se você disser, “Mas eu amo a Deus”, então Deus diz, “Você é um mentiroso” (1 Jo 4:20).

2.Você não é um cristão. Você está sem Cristo. Se você responder, “Mas eu sou batizado. Eu tomo a ceia do Senhor. Eu vivo como um cristão”, de novo Deus diz, “Você está mentindo” (Jo 13:35).

3.Todos os seus chamados atos piedosos são de nenhum valor, não importa o quão maravilhosos eles possam parecer, porque neles falta o amor. Se você amasse a Deus, você amaria os outros; mas já que você não ama, então todas as suas obras são obras mortas (1Co 13:1-3). Tudo depende do amor; se em você falta amor, está lhe faltando tudo. Então esteja convencido de seu terrível estado, atente para a sua alma, e fuja para o Senhor Jesus Cristo.

Falta de Amor Nos Que São de Deus

Observar a falta de amor nos ímpios é grave. Mas ver os salvos tão deficientes no amor é ainda mais grave.

Considere a conduta de alguns: eles amam os crentes porque Deus os ama, mas eles não amam a ninguém mais. Eles amam aqueles que concordam com eles, mas ignoram qualquer outro. Se algum dos salvos tem uma falta, imediatamente eles suspeitam de sua retidão. Então a suspeita, ressentimento e a “casca gelada” emerge como se eles não tivessem o mesmo Espírito! E enquanto se regozijam na prosperidade dos ímpios, também sentem pena de suas aflições e ficam sensíveis à sua deplorável situação espiritual e psicológica?

Porque este estado de fatos é tão comum? Por causa da:

  • Falta de comunhão com Deus. Deus é amor, e tendo comunhão com Deus isso nos faz crescer no amor uns com os outros.

  • Falta de segurança. Isto faz com que “percamos o potássio dos ossos”; nós falhamos em viver vigorosamente. Ao invés disto, o pecado toma neste momento a dianteira em nossa vida, então, nós não nos pomos mais entre os filhos de Deus, por conseguinte não mostramos mais amor por eles.

  • A alma que poeticamente sonha que podemos amar o mundo. Claramente, quanto mais amamos o mundo, menos amamos uns aos outros.

  • Decepção que surge por estarmos desapontados com aqueles que nós pensávamos que eram homens de Deus mas provaram que não eram. Nós agimos como se não fosse pecado deixar de amar aqueles que nos botaram para baixo.

  • Ver muito pouco amor expresso por outros que fazem parte do povo de Deus. Onde há uma falta de amor mútuo, o amor de um crente falha em ser a ignição do amor do próximo.

  • Ver que os que são de Deus não se entristecem por causa dos seus pecados. Se eles ao menos se sentissem entristecidos pelo pecado, nosso amor para com eles iria ser fortalecido ao invés de impedido.

  • Prevalência do amor-próprio. Algumas pessoas gostam de ser amadas em retribuição ao seu amor, ou insistindo que nós devemos amá-las se primeiro elas nos amarem. Mas nós devemos tomar a iniciativa e amar ao próximo independentemente de haver retribuição do amor ou não.

Diretrizes para amar os outros

Começar a amar os outros, logo será para você algo doce.

1.Tome a iniciativa em amar, e faça isso não esperando que alguém tome a iniciativa.

2. Não procure amor em retribuição ao seu amor. Nunca permita que o seu amor termine em você mesmo. Se você não recebe amor, não deixe que isto o assuste, porque você em nada é merecedor disso. Ao contrário, esteja satisfeito porque Deus permitiu que você amasse os outros.

3.Considere de grande valor o amor que você vê em outra pessoa. Não fique suspeitando dela, mas a tenha como sincera. Não irá causar dano você amar uma pessoa ímpia que parece ser um crente.

4.Não deixe que as ofensas direcionadas contra você por outros, obscureça o amor por elas. Você não sabe a luta que elas podem estar passando com seu pecado, ou quão grave possa ser este pecado, ainda que secreto.

5.Expresse amor em toda sua conduta, seus olhares, palavras, ações, mesmo quando seu coração estiver machucado. Isto não é ser hipócrita: tentar amar como nós somos, mesmo quando nós não podemos amar como queríamos ou deveríamos. Hipocrisia é quando você aparenta amar mas não existe nenhum amor no seu coração.

6.Por menor que seja o amor que você tenha, deixe-o brilhar, assim será para honra de Deus e beneficio do próximo.

7.Esteja em muita oração pela graça do amor, por que tudo isto vem do Senhor. Em nossa própria força nós não podemos amar. Mas quando Ele dá a Sua graça, você será habilitado a amar até que Ele o traga para o perfeito amor celestial.

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Wilhelmus à Brakel (1635-1711), um proponente líder da segunda reforma holandesa e autor de “Christian’s Reasonable Service” (4 vols); serviu em 5 congregações na Holanda. Seu último e mais longo pastorado foi em Roterdã.

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