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Foto do escritorOs Puritanos

Este Mundo Perverso » Joel Beeke



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A DOUTRINA DO PECADO — ESTE MUNDO PERVERSO

“Este mundo perverso” identifica o compromisso típico de pessoas mundanas em suas mentes carnais, desejos malignos e consciências depravadas. Estilos de vida, condutas e conversas malignos – este é o “curso deste mundo” (Efésios 2:2), que são comuns entre as pessoas mundanas. O Cristão que deseja praticar a piedade, com toda a sinceridade, precisa estar atento à existência deste indivisível poder das trevas. Ele se opõe e cerca qualquer um que pratica a verdadeira piedade, e busca obstruir e frustrar a qualquer um em sua santa obra (Mateus 12:26; Colossenses 1:13). O mundo inteiro, que jaz no maligno (1 João 5:19), está sempre buscando contaminar o crente (Tiago 1:27) e conduzi-lo ao caminho tortuoso.

Existem três chifres específicos pelos quais o mundo perverso fere mortalmente muitas almas e derruba completamente a piedade em muitos corações, quando nenhuma ação apropriada é tomada contra eles. O primeiro chifre do mundo são as suas tradições e costumes errôneos. Estes costumes são inteiramente opostos à correta prática da verdadeira piedade que admoesta o crente, “não vos conformeis com este mundo” (Romanos 12:2, versão KJV). Pelo contrário, tais costumes engendram a conformidade às coisas mundanas, chamando o crente para a idolatria, o paganismo, práticas diabólicas típicas da era. Quando o piedoso faz objeção a estas práticas, o mundo o rotula de “legalista”. Muitas pessoas pecaminosas e caprichosas contestam a igreja como uma coleção de extremistas ou almas tacanhas, com mentalidade estreita. Portanto, o mundo consegue frequentemente seduzir as crianças não cuidadas dos homens com o brilho do seu apelo, embora estas coisas sejam contrárias ao Deus de Jacó (Salmos 81:4).

O segundo chifre do mundo são os errôneos, porém muito celebrados e notáveis modelos de comportamento. Estas pessoas importantes e proeminentes são louvadas por suas atividades descaradas. O seu exemplo é suficientemente impressionante para outros os seguirem (Salmos 106:35; João 7:48). O mundo exalta tais pessoas a uma posição desejável, suscitando a inveja, e as identifica como pessoas inteligentes e respeitáveis, que precisam ser admiradas, e usa tais celebridades para ferir almas e impedir piedade. A justificativa para a perversidade de um homem vem do exemplo de alguma celebridade que é conceituada e popular, e que tem feito – ou negligenciado – as mesmas coisas pelas quais ele mesmo aspira. Por causa destas celebridades, um homem é capaz de justificar a sua conduta, lembrando a si mesmo: “Bem, eu não sou o único. Todo mundo faz esta mesma coisa”. Isto resulta em danos incalculáveis para a verdadeira piedade. Portanto, nós devemos estar em guarda para evitarmos ser chifrados por este chifre.

O terceiro chifre do mundo são as suas errôneas e perversas pressuposições de retribuição e recompensa. Assim, o mundo vira de cabeça para baixo a justiça ordenada por Deus – bênçãos para o justo e maldições para o perverso – tornando difícil, e até mesmo punível para o piedoso viver uma vida santa. Ainda mais, o mundo presta ajuda à prática da impiedade, proclamando-a se elegante e moderna (Números 22:7,16-41). Frequentemente, o piedoso que resiste a tais perversidades é tachado de não cooperativo, intolerante, fanático, atrasado, e portanto, em desacordo com a era moderna. Em contraste, o mundo promete tudo para aqueles que se conformam e se adaptam aos seus caminhos. Estes são bem-vindos e amados por grandes e pequenos iguais a eles.

A pessoa que deseja sinceramente praticar a piedade precisa se armar minuciosamente para se defender contra estes três chifres. A prática da piedade neste mundo perverso é um compromisso extenuante que precisa permear todos os aspectos da vida, como uma boa levedura ou fermento precisa permear cada parte do pão. Este compromisso não pode ser alcançado por meio da própria força do crente. É necessário estar seriamente advertido contra um poder antagônico – este mundo perverso – que faz oposição àqueles que caminham na verdadeira piedade e boas obras. Contudo, é muito necessário salientar, para o encorajamento de pessoas piedosas, que há um poder divino, o reino unido da graça, que está do lado de todos aqueles que sinceramente rendem seus corações e almas à prática da verdadeira piedade (2 Pedro 1:3).

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Adaptado à partir da obra “The Path of True Godliness”, de Willem Teellinck (1579–1629).

Vigésimo Primeiro artigo da série "Grandes Doutrinas da Fé Cristã Reformada". Publicado com autorização

* The Reformation Heritage KJV Study Bible, Joel R. Beeke (editor geral), Reformation Heritage Books (RHB), Grand Rapids, Michigan, 2014, “List of In-Text Articles”. http://kjvstudybible.org

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