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A Ceia do Senhor » Joel Beeke



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A DOUTRINA DA IGREJA — A CEIA DO SENHOR

O Santo Batismo e a Ceia do Senhor foram instituídos pelo Senhor Jesus Cristo, para o uso em Sua igreja, debaixo do evangelho. Portanto, eles são chamados “sacramentos dominicais”, em distinção aos rituais posteriormente declarados como sacramentos, em vários ramos da igreja, tais como o casamento ou a ordenação ao ofício na igreja. As igrejas orientais reivindicam nove sacramentos; a igreja ocidental, sete sacramentos. Desde a Reforma, as igrejas Protestantes reconhecem apenas os dois sacramentos instituídos por Cristo.

Em ambos os sacramentos, existem elementos terrenos que são consagrados, administrados, e recebidos como sinais e selos das promessas de Deus, proclamadas no evangelho. Como sinais, eles direcionam a fé para as realidades invisíveis que eles representam. Como selos, eles são uma confirmação visível da verdade e da certeza das promessas conectadas à eles.

Como uma ordenança de Cristo, a Ceia do Senhor é um meio de graça, subordinado e dependente da pregação fiel da Palavra. O Espírito Santo usa a pregação da Palavra para operar a fé em nossos corações. Ele confirma e fortalece a fé através da administração dos sacramentos. Assim, os Cristãos crescem “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 3:18), ao escutarem a Palavra com fé, e receberem os sacramentos com fé.

Para livrar a Ceia do Senhor de muitas corrupções anexadas a ela na igreja pré-Reforma, os Reformadores insistiram que ela fosse administrada estritamente de acordo com a instituição, o comando e o exemplo de Cristo. A igreja precisa usá-la como Ele planejou e precisa realizá-la como Ele fez, e nada mais do que isto.

Assim, os elementos são o pão e o vinho comuns. Eles são consagrados pela leitura das “palavras de instituição” (Mateus 26:26-30; 1 Coríntios 11:23-29), e pelo oferecimento de uma oração de ação de graças pela morte de Cristo e por todos os benefícios trazidos por Sua obra de expiação pelos pecados. O pão é partido e distribuído aos comungantes, e em seguida, a taça. A ação do sacramento é acompanhada pela Palavra, na forma de um convite ao piedoso para participar; um aviso para o ímpio para não participar; ainda, depois da comunhão, uma exortação aos crentes para se beneficiar do sacramento e, finalmente, atos de louvor e ação de graças.

Na Ceia do Senhor, os crentes relembram de Cristo, da Sua morte na cruz, e de todos os Seus benefícios salvíficos. Em segundo lugar, eles elevam seus corações ao Cristo ressurreto e glorificados nos céus, para serem nutridos com o Seu corpo crucificado e o Seu sangue derramado. Em terceiro lugar, através da comunhão do Espírito Santo, as amarras que os vinculam como um corpo, em Cristo, são aprofundadas e fortalecidas. Todos se juntam na renovação da sua aliança com Deus em Cristo, e uns com os outros, como a Sua igreja.

Finalmente, o sacramento precisa ser continuado na igreja até a volta de Cristo, em glória.

Considerando-se a forma pela qual Cristo é recebido no sacramento, um erro é localizar a Sua presença nos elementos pão e vinho, o que gera margem para a superstição e a idolatria. A igreja antiga errou ao considerar a Ceia do Senhor como um sacrifício adicional pelo pecado, que significava a continuação da obra de Cristo na cruz. Sob o evangelho, “já não há oferta pelo pecado” (Hebreus 10:18). Porém, há outros que erram negando qualquer presença de Cristo na Santa Ceia, argumentando que é apenas um banquete memorial.

Outro erro consiste em assumir que a Ceia do Senhor deve ser empregada apenas para as pessoas que possuem a plena segurança da salvação, ou que vivem vidas exemplares de santidade pessoal, e vitória sobre o pecado. Por humildade, alguns Cristãos se sentem não merecedores de participar da Ceia. Este engano foi erroneamente atribuído aos Puritanos, mas os teólogos Puritanos da Assembléia de Westminster mostraram uma posição claramente diferente. Eles insistiram em que “as promessas são feitas, e este sacramento é ordenado para o alívio dos cristãos fracos e que estão em dúvida”. Tal Cristão “deve lamentar a sua incredulidade e esforçar-se para ter as suas dúvidas dissipadas; e, assim fazendo, pode e deve chegar-se à Ceia do Senhor para ficar mais fortalecido” (Catecismo Maior de Westminster, Q172).

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​Quinquagésimo artigo da série "Grandes Doutrinas da Fé Cristã Reformada". Publicado com autorização

* The Reformation Heritage KJV Study Bible, Joel R. Beeke (editor geral), Reformation Heritage Books (RHB), Grand Rapids, Michigan, 2014, “List of In-Text Articles”. http://kjvstudybible.org

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