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Foto do escritorOs Puritanos

Sola Gratia » Manoel Canuto

Pela graça sois salvos

Este é o segundo grande slogan de alerta da Reforma. Lutero e seus sucessores, todos, se ajuntavam em torno deste grande pilar. Os verdadeiros evangélicos se baseiam na Escritura para afirmar que o homem pecador não tem qualquer esperança de salvação pelo seu próprio esforço. São firmes em defender o que a Escritura apresenta: “Pela graça sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9).


O protestantismo nega todos os esquemas de salvação que promovem o homem e suas atividades religiosas como meio de ganhar a vida eterna e o perdão.


Vontade escravizada

É o homem que inicia e ajuda no perdão divino, ou é Deus quem providencia, inicia, efetua e completa o círculo completo da salvação de pecadores perdidos, para que a glória tenha de ser atribuída somente à Sua graça soberana? Esta questão era óbvia para Lutero. Para ele a segunda opção era a verdadeira. Lutero respondeu ao humanista católico, Erasmus de Rotterdam, que escrevera uma obra defendendo o livre-arbítrio (Diatribe); respondeu escrevendo sua famosa obra “A Escravidão da Vontade” ou “Nascido Escravo” (editora FIEL), enfatizando a prioridade da graça divina na salvação. Lutero insistia que um pecador era tanto incapaz de providenciar um remédio salvífico, como também incapaz de se apropriar do remédio que foi providenciado. Lutero viu que a única forma que poderia fazer ruir um sistema opressor como o católico Romano e já tão inculcado na mente das pessoas, onde eram enfatizadas práticas como compra de indulgências, peregrinações, penitências e outros, era atacar a raiz da controvérsia. Era uma questão da livre graça versus livre-arbítrio. Até mesmo Erasmus foi levado a confessar: “Você, e você somente, enxergou um mecanismo sobre o qual tudo gira e aponta para este alvo, para este ponto vital: livre-arbítrio versus graça de Deus”.


O homem pensa que é livre, mas não sabe que está escravo do pecado e de satanás. Jesus disse: “...Todo o que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8:34). O homem possui um tipo de liberdade, é claro; é livre para fazer o que quer, mas o que ele quer é pecar porque os seus desejos são pecaminosos e o levam cada vez mais para longe de Deus, amando o pecado e, por fim, morrendo nele. O grande pregador inglês do século XVIII, George Whitefield, dizia que o livre arbítrio do homem só o leva para o inferno. Tudo isso porque sua vontade é escrava da sua natureza corrompida pelo pecado. A escravidão do homem é tão completa que ele fica alegremente desapercebido da sua condição de escravo.


Lutero refletia sobre esta condição e a descrevia desta maneira:


“Eu creio que não posso por minha própria razão ou força, crer em Jesus Cristo meu Senhor, ou buscá-lo; mas o Espírito Santo me chamou através do Evangelho, me iluminou pelos seus dons, e me santificou e me preservou na verdadeira fé; da mesma maneira Ele chama, reúne, ilumina e santifica toda a Igreja da terra, e preserva a sua união com Jesus Cristo na verdadeira fé...”.

Sola Gratia

Este é o Evangelho da graça, da SOLA GRATIA! Pecadores que não merecem nada além da ira de Deus, ganham o privilégio de gozar do Seu favor, pois aprouve ao Senhor ser gracioso para com pessoas que só mereciam sua condenação. Para um evangélico, que tira a sua doutrina exclusivamente da Bíblia, a salvação é um presente de Deus, imerecido, dado a pessoas indignas. “...a graça de Deus se manifestou salvadora...” (Tito 2:11).


Livre graça é a necessidade gritante da igreja na presente hora. SOLA GRATIA tem que ser o chamado supremo da Igreja em nossos dias e não uma decisão humana, uma manipulação humana, ou métodos seculares do homem moderno para ganhar convertidos feitos por ele, mas sim o antiquado método evangélico. Somente pela graça soberana é a mensagem que captura e transforma os corações de pecadores pelo poder do Espírito Santo.

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